“Na terceira pessoa” é antes de qualquer coisa, um filme de amor, seja por uma mulher ou por um filho. São histórias paralelas que se unem no decorrer do enredo.
A trama desenvolve-se entre três casais e em três cidades: Roma, Paris e Nova Iorque. Em Roma, um casal estrelado pelo fantástico Adrien Brody – “O pianista” – juntamente com a atriz Moran Atias vivem um casal de mochileiros. Já na Cidade Luz, temos Michael (Liam Neeson), um escritor de ficção – ganhador do Pulitzer – que vive trancafiado em uma suíte de hotel em Paris para terminar o seu mais recente livro enquanto está separado da esposa Elaine (Kim Basinger) ao mesmo tempo em que está envolvido com a jornalista Anna (Olivia Wilde) que, também pretende se lançar no mundo da literatura. Em NY, o terceiro casal formado por Mila Kunis e James Franco: vivem um casal em crise.
Este trabalho é um drama romântico do diretor Paul Haggis, depois de ter ganhado o óscar com o filme “Crash – No limite” em 2006, realizou mais duas obras nem tão notáveis: “No Vale das Sombras” em 2007 e “72 Horas”, de 2010.
O filme trata em si, de relacionamentos em diferentes aspectos. Na tela, são apresentados inícios, meios e fins, ou seja, o próprio discorrer dos milhares de casos de amores que acontecem a todo o momento pelo mundo inteiro. Uma relação que pode ser pautada entre as três histórias está o fato do stress e da correria do cotidiano. Percebe-se claramente como simples acontecimentos que no dia a dia passam despercebidos, podem influenciar o restante da vida das pessoas envolvidas. Exemplo disso, é o papel de rascunho em que um endereço é anotado, mas por algum motivo, este papel ganha outra função e toma outra direção, por fim, a perda daquele papel influencia negativamente na vida de uma das personagens que estava disposta a conseguir a guarda do filho.
Apesar de tratar de relacionamentos, o filme não tem a pretensão de mostrar uma certeza e pôr um ponto final a certas situações. Ainda depois de assistir o longa, é possível que sua mente se encontre com muitas perguntas referentes ao filme, mas que de nenhuma forma está distante de nossas realidades. Em certo momento de paixão, Olivia Wilde que vive Anna, questiona seu amante: Porque você me ama? Pronto. Basta esta pergunta para que eu começasse a me questionar o que eu responderia ou o que posso responder sobre isso. Eu estava sentado ao lado de um casal de idosos e o fim da sessão, ela repetiu a esposo a mesma pergunta feita por Anna no filme. O senhor ficou sem graça, gaguejou e emendou “vamos comer logo e deixa esse papo pra lá”.
É preciso ter cuidado com uma característica do filme, pois com o entrelaçamento das histórias, qualquer mínimo detalhe se faz importante para entender o contexto mais amplo e há chances consideráveis de que quem assista possa deixar escapar alguma coisa e no final, fique desapontado e perdido com o final apresentado.
Seja a vida que imita a arte ou ao contrário, o importante é que nesta obra, realidade e filme dialogam. O que se vê na tela não é ficção para o telespectador
Elenco: Liam Neeson (Busca Implacável), Mila Kunis (Cisne Negro), James Franco (A Entrevista), Olivia Wilde (Tron: O Legado), Adrien Brody (O Pianista), Maria Bello (Marcas da Violência) e Kim Basinger (9 ½ Semanas de Amor).
Direção e roteiro: Paul Haggis (Crash: No Limite)
Cópias legendadas
Duração do filme: 137 minutos
***12 de março nos cinemas
Veja o trailer legendado abaixo: