Brasileira ensina estudantes americanos como se inserir no mercado de games e animação

POW! Brasileira, gaúcha, cidadã do mundo e amante da cultura pop, Lara Lunardi (@laralunardi), 21 anos, está nos Estados Unidos desde os 17. Foi para lá aprender a desenvolver games e animação, curso que irá concluir no próximo ano. Se deu tão bem que nesta sexta-feira (28/10), durante a Stan Lee’s Comic Con Los Angeles, uma das mais disputadas do mundo, irá ensinar (!!!) os jovens americanos a como interagir neste mercado tão concorrido.

Além de referência do universo geek, Lara Lunardi também é influenciadora digital e os posts dela no Facebook são lidos por mais de 1,5 milhão de pessoas por mês.

Ainda estudante, Lara se especializou em animação e atua junto a empresas que realizam trabalhos para o Adult Swim do Cartoon Network, Netflix e Crackle. Desde 2009 ela também é cria figurinos de cosplay. O que começou como hobby ficou sério e, além de vestir-se como seus personagens, Lara passou a criar (produzir e costurar, literalmente!) os próprios figurinos.

Bate-papo com Lara Lunardi:

De onde veio o interesse para produzir figurinos para jogos e games?
Desde pequena eu sempre brinquei de desenhar roupas novas para personagens que eu gostava. Eu não fazia ideia de que isso poderia realmente se tornar uma carreira, e misturando meu hobby de produzir figurinos com o meu campo de estudo em jogos e animação, eu consegui me especializar nessa área.

Com quantos anos começou a fazer figurinos?
Com 15 anos eu comecei a me interessar por cosplays e produção de figurinos. Eu, obviamente, era bem amadora. Mas, com o tempo, aprendi desde corte e costura e até impressão 3D para figurinos mais elaborados.

Você jogava algo que te inspirou?
Com certeza. Eu jogo muito. Na época eu jogava bastante Metroid Prime, Fallout 3 e Pokémon.

Como notou que poderia crescer profissionalmente com o cosplay?
Em 2014, eu decidi criar uma página no Facebook para divulgar o meu trabalho. A galera gostou e eu comecei a ter uma base sólida de seguidores. Sinceramente, eu não esperava que esse hobby seria tão importante na minha carreira, até ser chamada para estagiar num dos estúdios mais legais de animação aqui em Los Angeles. Eles viram o meu potencial com figurinos e arte digital e colaborei em duas animações, uma para o Netflix e outra para o Crackle.

O que sua família acha da sua profissão?
No início eu acho que eles tinham medo que eu não batesse bem da cabeça, mas sempre me apoiaram independentemente disso. Acho que depois que eles viram que eu sou tão séria com a minha profissão e meus estudos, eles ficaram mais tranquilos.

Você fez alguma graduação?
Ainda estou estudando Game Arts&Design! Me formo no ano que vem.

Quem produz suas roupas e maquiagens?
Eu produzo 90% das minhas roupas, a não ser que eu tenha que promover alguma companhia que se especialize em cosplay ou jogos. A maquiagem geralmente sou eu mesma que faço. Ou os estúdios que me fotografam têm maquiadores.

Todas as profissões possuem dificuldades. Qual o maior obstáculo que você enfrenta na área?
Eu acho que a indústria de mídia em geral é bem competitiva. Em games e animação é muito difícil ter um emprego seguro 100% do tempo. Acaba uma série ou lança-se um jogo e pronto, não precisam mais de você no estúdio. Se não for um profissional muito bom, e com vários contatos, as chances de ficar desempregado por um tempo são bem altas.

Por que você optou em exercer o seu trabalho nos Estados Unidos e não aqui no Brasil? O mercado é diferente?
Os mercados são diferentes, sim. Eu optei por me mudar para cá porque eu queria uma educação de qualidade. Não que no Brasil não tenha, mas aí eu não teria tido mentoria da Disney ou feito os estágios que eu fiz por aqui. Eu acho o mercado de animação e jogos do Brasil fantásticos. Quanto ao cosplay, aqui eu tenho muito mais facilidades para produzir os figurinos. Os equipamentos e materiais são muito mais acessíveis, o mercado tem bastante procura por influenciadores que produzam o tipo de conteúdo que eu faço.

Você tem 137 mil seguidores no Facebook. Como é a sua relação com o público?
Eu amo interagir com o público. Eu tento fazer live streams toda semana, mostrando algo em que eu esteja trabalhando e respondendo perguntas ao vivo. A gente criou uma comunidade de pessoas do mundo todo que tem os mesmos interesses: a cultura nerd.

Você se inspira em alguém da área?
Com certeza. Acho o trabalho da Yaya Han fantástico, como figurinista e empreendedora. O trabalho do Jim McKenzie também é sensacional, tanto com animação, quanto como artista plástico.

Voltando ao tema cosplay, quais os personagens que você se caracteriza?
São tantos. A gente iria discutir sobre isso o dia todo. Eu geralmente escolho personagens com forte personalidade. A roupa também influencia muito o meu processo de escolha. Eu adoro futurismo!

Que dica seria possível dar a quem quer crescer como cosplayer?
Trabalhe muito. Aprenda a conciliar seu trabalho do dia a dia com o hobby se quiser crescer mais rápido. Lembre-se de sempre ser verdadeiro com o público. Uma personalidade interessante complementa figurinos bem feitos.

Você tem alguma dificuldade por ser mulher?
Na área de animação e games sim, por ser um mercado dominado por homens. Na de cosplay eu acho vantagem.

Raio X de Lara Lunardi:
O que assiste na TV?

Meus programas favoritos são South Park, Robot Chicken e Bob Esponja. Também gosto muito de Stranger Things.

O que lê?
Leio comics (atualmente Saga e Wonder Woman) e vários artigos de notícias. Gosto de me manter informada nos assuntos do mundo.

Que mídia consome?
Basicamente tudo ligado a cultura pop. O que tiver acesso rápido, como Youtube e Netflix.

Quais os melhores eventos do mundo e do Brasil.
MCM London, San Diego Comic-Con, Electronic Entertainment Expo (E3), Brasil Games Show e Comic-Con Experience.

O que a Lara faz quando não está na ativa?
Brinco com a minha gatinha, a (Princesa) Peach.
Jogo bastante videogame e estou sempre estudando! Tenho pouco tempo livre e gosto de dedicar esses intervalos pra ver meus amigos e minha família. Moro perto da Disney e Universal, gosto de passar tempo lá, quando posso.

 

 

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