Autora best-seller da Coreia do Sul chega às livrarias brasileiras pela primeira vez

 

Gong Ji-Young já vendeu 10 milhões de exemplares de seus livros em 12 países

 

NOSSAS HORAS FELIZES

(Our happy time)

 

GONG JI-YOUNG

 

Páginas: 280

Preço: R$ 34,90

Tradução: Maryanne Linz

Editora: Record

Uma das autoras mais populares da Coreia do Sul, Gong Ji-Young já vendeu 10 milhões de exemplares de seus livros em mais de 12 países. Sua influência na cultura de seu país é tanta que uma de suas obras, “The crucible”, chegou a provocar uma mudança na legislação coreana. Em março, a obra da best-seller chega pela primeira vez ao Brasil, com o lançamento de “Nossas horas felizes”, pela Record.

A trama acompanha a protagonista Yujeong, uma jovem de classe alta que, aos 30 anos, não consegue se conectar com ninguém ou encontrar sentido para a vida. Já tentou o suicídio três vezes e, sem sucesso até nisso, vive uma vida sem qualquer perspectiva. A família também não faz muito esforço para entender seus conflitos, a não ser sua tia Monica, uma freira com quem Yujeong sempre teve uma boa relação.

Para tentar ajudar a sobrinha, a religiosa a convoca a acompanhá-la semanalmente à prisão da cidade, onde ela costuma visitar presos que estão no corredor da morte. Ali, Yujeong conhece Yunsu, jovem condenado por um crime hediondo e que também está ansioso para morrer. A autora intercala os capítulos narrados em primeira pessoa por Yujeong com as anotações do diário de Yunsu, escritas por ele na cadeia. Aos poucos, fica claro que mesmo pertencendo a classes sociais totalmente distintas, com experiências de vida bem diferentes, os dois compartilham um passado de abusos e traumas, físicos e psicológicos.

Nos encontros, os dois refletem sobre morte, amor e perdão. A conexão desenvolvida entre os personagens acaba despertando em ambos, novamente, a vontade de viver.

 

 

TRECHO:

 

“Foi a primeira vez que disse aquelas palavras em voz alta. Também foi a primeira vez que usei o termo objetivo para aquilo – estupro. Resolvi que, se fosse para contar a alguém, queria que fosse a Yunsu, o homem que encarava sua última primavera. Não sei exatamente o motivo, mas me identificava com ele de muitas formas. Senti isso desde o início. O mais importante que tínhamos em comum, entretanto, era o fato de que, fosse por um ato forçado ou voluntário, ambos tínhamos ansiado por embarcar no trem da morte. Tudo havia mudado no momento em que decidi que queria embarcar naquele trem. Coisas que eu pensava que eram importantes deixaram de ser, e coisas que eu achava que não tinham muito valor se tornaram importantes. O desejo de morrer distorceu muitas coisas para mim, mas outras ficaram bem claras. A morte contradiz a posse, aquilo a que as pessoas se agarram acima de todos os outros valores. Neste mundo onde todos são loucos por dinheiro, dinheiro, dinheiro, a morte provavelmente é a única coisa que nos permite rir dele, e todo mundo tem que encará-la ao menos uma vez. Eu tinha certeza de que Yunsu me entenderia.”

 

 

Gong Ji-Young é uma das mais aclamadas romancistas da Coreia do Sul. É vencedora dos prêmios literários Yi Sang, Oh Young-soo e Prêmio Literário do Século XXI, além de ter recebido o Prêmio Especial de Comunicação da Anistia Internacional por “Nossas horas felizes”.