Arrow: 4 Temporada – Crítica

“Se você vai atacar a série por causa de seus personagens, então, provavelmente, você não é um fã de verdade”, a frase dita por Stephen Amell, o protagonista de Arrow, resume bem a quarta temporada da mesma. Contendo 23 episódios, a série mostrou rendição em relação à terceira temporada, que foi duramente criticada, e mostrou que seu potencial não está perdido.

Começando pelos aspectos positivos, Arrow entregou um vilão diferente dos anteriores, com mais classe e com objetivos de escalas globais. Damien Darhk (Neal McDonough) é o líder da C.O.L.M.E.I.A., uma organização que chega a Star City com o plano de destruir a cidade e o mundo. As operações dos chamados “ghosts” (fantasmas, em português) acabam chamando a atenção dos vigilantes locais, Speedy (Willa Holland), Spartan (David Ramsey) e Canário Negro (Katie Cassidy) que suplicam pelo retorno da aposentadoria de Oliver Queen, o qual volta sendo chamado – finalmente – de Arqueiro Verde. Damien, ao contrario dos antagonistas anteriores, possui uma arrogância que vai contra vários princípios éticos e morais, com vertentes espirituais, familiares e sociais; sua forma de controle geral também foi muito bem explorada, pois dificultava intensamente a rotina dos heróis tanto quando estavam usando máscaras quanto quando eram cidadãos comuns.

Sobre o roteiro, a CW teve altos e baixos, porém, apresentou muitas melhorias nessa temporada. Ignorando, o máximo possível, situações dramáticas clichês e desnecessárias e dando foco para a vida da equipe – com pontes para problemas pessoas – a série evitou episódios tediosos. Com várias referências a cultura pop, o seriado ficou cada vez mais cativante, cuja ajuda também se deve à apresentação e reciclagem de personagens. Entretanto, um dos maiores incômodos nessa temporada foi o “Olicity”; a emissora interpretou mal o grande apego que os fãs tinham com a hacker Felicity e deu ao relacionamento da mesma um foco descontrolado, passando – muitas vezes – uma ideia rústica de romantismo.

Ousadia é um adjetivo bem relevante. A série fez escolhas surpreendentes em relação a vários personagens, as quais foram consideradas boas e ruins conforme opiniões pessoais de fãs, nos proporcionando episódios como Eleven-Fifty-Nine, Canary Cry e até mesmo a season finale, Schism. Já os efeitos especiais, além de ousados, são muito bem feitos, contudo, em alguns momentos, acabam se tornando exagerados transparecendo um ar de falsidade.

As cenas de luta, as quais já estavam se tornando ruins desde o começo da terceira temporada, alcançaram seu auge de inabilidade. Dando para contar nos dedos as vezes em que elas foram O.K., as más coreografias passaram um sentimento de desacato com as raízes dos personagens nas HQs; fato o qual merece muita atenção pois o seriado é de ação e esta não pode ser simplesmente O.K. A fotografia, que muitas vezes entregava os erros da série, não ajudou para uma boa recepção vinda dos seguidores de Arrow. Um exemplo – entre vários – onde os dois erros colidem, foi na batalha no último episódio, onde numeras vezes via-se que os cidadãos (os quais deviam estar correndo contra os ghosts) estavam apenas andando em passos acelerados e, quando a câmera direcionava outro ângulo, os mesmos sumiam deixando apenas o protagonista, seu nêmesis, e alguns coadjuvantes em foco.

Para finalizar, muitos personagens tiveram participações e despedidas em Arrow; acontecimentos que causaram polêmica na internet, mas que podem abrir um “leque” de oportunidades à CW, principalmente agora que a emissora possuía os direitos de DC’s Legends Of Tomorrow e Supergirl. A presença da Vixen (Megalyn Echikunwoke) e do John Constantine (Matt Ryan) foram empolgantes, divertidas e – ao mesmo tempo – supérfluas, tornando os personagens ótimos fanservices.

Arrow já tem sua quinta temporada confirmada, a qual deve contar com alguns episódios dirigidos por Kevin Smith, com roteiro do mesmo.